

Amam aquilo que fazem

NOSSA HISTÓRIA

Pamonha, pamonha, pamonha: o creme afro-indígena.
A origem indígena da pamonha explica o fato da minha família sempre se juntar em roda para limpar, ralar o milho e, depois, cada dupla se dividia para tarefas do processo: preparar a mistura, separar as palhas, ficar algumas horas mexendo panelas e, finalmente, encher os copinhos feitos de palha, fechando e amarrando cuidadosamente para não estourar o copinho. Preparar várias tigelas de curau, cozinhar algumas espigas de milho para distribuir para a criançada.
Esse prato é a síntese da mistura afro-indígena. Minha família é remanescente de uma fazenda de Minas Gerais, na qual o pai da Tia Fia foi uma criança que teve os pais escravizados, então, as tradições e as marcas da escravidão ainda estão bastante presentes na família, por mais que não percebamos de tão incrustado isso está em nossos costumes.
Fazer pamonha dá trabalho, acontece que o trabalho quando feito pesando no coletivo traz união. Quando se faz com prazer, traz alegria. E o cansaço quando vem da alegria, traz paz.
Quando falamos que o segredo de nossas receitas é o amor, não estamos brincando, porque, tudo o que preparamos, fazemos para toda família degustar, se unir e festejar.
Vamos deixar nossa receita e nosso segredo com vocês, nossos amigos.
Ingredientes:
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6 espigas grandes de milho
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1/2 xícara (chá) de açúcar
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1/2 xícara (chá) de leite de coco
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1 pitada de sal
Modo de fazer:
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Descasque os milhos cuidadosamente e reserve as palhas inteiras.
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Retire os fios e rale as espigas no ralador grosso.
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Ponha em uma tigela e acrescente o açúcar, o leite de coco e o sal. Misture cuidadosamente com uma colher de pau.
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Pegue as palhas reservadas, dobre-as ao meio e costure-as dos lados, para formar um saco pequeno.
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Preencha com o creme de milho e feche a ponta amarrando com um barbante.
O Começo na garagem
A ideia inicial foi do Tio João e da Tia Fia e eles abriram a pastelaria na garagem da casa do Tio João, ainda com cilindro de mão, tacho usado e tudo bastante rústico e improvisado, mas, a qualidade do pastel já era na época indiscutível.
A Tia Fia sempre fez seus pastéis nas quermesses da igreja católica do bairro onde moram a mais de 30 anos. Ela levou a receita para diversos cantos da cidade, em diversos bairros, em várias igrejas.
O ofício formal da Tia Fia era o de faxineira (ou diarísta), trabalhou nas casas de muita gente importante da cidade e a qualidade de seu trabalho sempre foi reconhecida e, por isso também, ela é muito conhecida na cidade
No início dos anos 90, ela aposentou a vida de faxineira e começou a vida de comnfeiteira na não menos famosa padaria Estrela, que percente aos amigos Leandro Wegner (filho do saudoso Senhor Henrique, que muito motivou a Tia Fia a ter sua empresa. Essa família merece toda nossa consideração, pois foi prmordial para que a pastelaria chegasse onde chegou.
Em 1992, a Tia Fia, depois de trabalhar por cerca de um ano na padaria e na pastelaria, finalmente, resolve se dedicar exclusivamente ao seu negócio. A partir de então, ela começa a ampliar a variedade de recheios e a preparar outros doces e delícias.
Atualmente, a pastelaria é conhecida em toda região, sendo além de um comércio, um local de encontro de amigos, pois todos que aqui vêm, tornam-se parte de nossa família.
